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‼️𝗠𝗔𝗜𝗢𝗥𝗜𝗔 𝗗𝗢𝗦 𝗝𝗢𝗥𝗡𝗔𝗟𝗜𝗦𝗧𝗔𝗦 𝗗𝗔 𝗚𝗨𝗜𝗡É-𝗕𝗜𝗦𝗦𝗔𝗨 𝗡Ã𝗢 𝗥𝗘𝗖𝗘𝗕𝗘𝗠 𝗦𝗔𝗟Á𝗥𝗜𝗢‼️

𝑷𝒐𝒓: 𝑹𝒂𝒊𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐 𝑹𝒐𝒅𝒓𝒊𝒈𝒖𝒆𝒔 / 𝑵𝒐é𝒍𝒊𝒐 𝑩𝒂𝒓𝒃𝒐𝒔𝒂


Um estudo publicado pela Associação de Mulheres Profissionais da Comunicação Social (AMPROCS) e Associação para a Cooperação entre os Povos (ACEP) revelou que  66 por cento dos jornalistas da Guiné-Bissau trabalham sem receber salário. Apenas 34 por cento que recebem um salário fixo naquele país da Comunidade da Língua Portuguesa (CPLP) na África Ocidental.

Tudo deve-se a uma grande influência da classe política no exercicio da atividade jornalística. Os governantes do nosso país não estão interessados em acabar com a violação da liberdade de imprensa e garantir a segurança dos jornalistas no exercicio das suas atividades profissionais na produção de notícias para o consumo da população no espaço público nacional.

Na Guiné-Bissau, na última década, tem surgido muitos órgãos de Comunicação Social. Mas as más condições estruturais do seu funcionamento interno e falta dos profissionais qualificados condicionam a produção de notícias de qualidade para o consumo humano. Condiciona também, na prática, atuação dos próprios jornalistas na produção de notícias a receber um valor monetária denominado de “perdiem.”

O estudo revela ainda que as dificuldades na gestão internas das receitas angariadas pela publicidade nos órgãos de Comunicação Social é uma prova inequivoca que 95 por cento da imprensa guineense vive num constante cenário de precariedade económica estrutural.

As redações da imprensa na Guiné-Bissau estão quase todas elas sem computadores, gravadores e viaturas para deslocação dos jornalistas e dos seus funcionários administrativos. Os próprios edificios onde estão instaladas as suas redações e os seus serviços administrativos são inadequados para o funcionamento de um órgão de Comunicação Social para produzir um conteúdo transparente para o consumo humano dos cidadãos guineenses.

Na sua leitura a Presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau (SINJOTECS), Indira Correia Baldé considerou que “a falta de preparação dos profissionais de Comunicação Social tem causado estrangulamentos não só a  nível de funciomamento interno dos órgãos de Comunicação Social, mas também do próprio exercicio da atividade jornalística no terreno.” Sublinhou ainda que “a falta de preparação, sobretudo, da formação academica dos jovens jornalistas tem minado todo o trabalho de produção de notícias na Guiné-Bissau”.

Por seu turno, Diretor  da Capital News, Iancuba Danso disse, a nossa reportagem, estar bastante preocupado com a situação da precariedade economica generalizada nos Órgãos de Comunicação Social na Guiné-Bissau e da ausencia da liberdade total de exercicio de atividade jornalistica no espaço público nacional para os jovens jornalistas.

“A precariedade dos Orgãos de Comunicação Social na Guiné-Bissau, em particular, os Órgãos privados é o resultado de não existencia  de uma política de subvenção por parte do governo,” defendeu Iancuba Danso na presença do ex-Diretor da Rádio Jovem, Alison Cabral que também garantiu que a precariedade dos Órgãos de Comunicação Social na Guiné-Bissau deve-se “ a falta de subvenção do governo a uma politica de Comunicação Social no país”.

Por seu lado, o Assessor do ex-Ministro de Comunicação Social, Humberto Monteiro considerou que é dificil exercer livremente atividade jornalística na Guiné-Bissau, tendo em conta a realidade e a própria conjuntura do país.

“A não criação de uma politica de subvenção aos Órgãos de Comunicação Social pelo Estado da Guiné-Bissau levou a imprensa guineense a uma extrema pobreza. O que permitiu os governantes, em particular os lideres politicos, a terem mais monopolios sobre a Imprensa e os jornalistas” defendeu o veterano jornalista Humberto Monteiro considerando que “o papel dos jornalistas é de informar e de respeitar a veracidade dos factos”. Ainda, no seu entender, “os responsaveis de gestão dos Õrgãos de Comunicação Social na Guiné-Bissau têm de criar as condições necessárias para exercicio de livre atividades jornalisticas” no país.

Na leitura da Presidente da AMPROCS, Paula Melo “o setor de Comunicação Social da Guiné-Bissau atravessa, neste momento, uma grave crise económica que coloca os próprios jornalistas numa situação de precariedade economica e a mercê de diferentes tipos de pressões politicas, económicas e sociais,”

A Presidente ACEP, Ana Filipa Oliveira assumiu igualmente que “na realidade a imprensa e os jornalistas guineenses estão a viver numa autentica situação de precariedade económica que os tornaram mais frageis as pressões políticas, económicas e socais” na produção de notícias transparente de qualidade para o consumo humano dos cidadãos guineenses.

O próprio estudo realizado pela AMPROCS e a ACEP revelou igualmente que a maioria dos guineenses, 52 por cento, considera que há muita influencia da classe política na produção de notícias na Imprensa da Guiné-Bissau. Por outro lado, o mesmo estudo revelou ainda que 92 por cento dos guineenses estão convencidos que o governo ainda não está interessado em combater a violação da liberdade de imprensa e de acabar com o espancamento dos jornalistas no exercicios da sua atividade jornalistica.

Perante a esta realidade os jornalistas da Guiné-Bissau se encontram numa posição de extrema vulnerabilidade em virtude da má funcionamento interna dos Órgãos de Comunicação Social e das pressões políticas, económicas e sociais que sofrem no espaço público nacional na produção de notícias para o consumo da população.

Como sempre defendeu o Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau (OJGB), Professor António Nhaga a única solução para acabar com a precariedade economica e a vulnerabilidade na classe jornalistica nacional é de estabelecer no país um Modelo de Negócio que permitirá a sustentabilidade economica e financeira dos próprios jornalistas e dos Órgãos de Comunicação Social  em todo o território da Guiné-Bissau.

O estabelecimento de um Modelo de Negõcio proporcionará um funcionamento vertical dos Orgãos de Comunicação Social na Guiné-Bissau. O que permitará também uma maior facilidade na delegação de tarefas jornalisticas e administrativas entre os jornalistas e funcionarios da empresa jornalistica.

Assim sendo, os colaboradores se sintirão seguros no desempenho das suas tarefas de modo a gerar uma maior receita possivel para o crescimento da empresa jornalistica, evitando o total monopolio económico e social dos lideres partidários e dos empresários dos partidos políticos na sua agenda profissional de produção de notícias transparentes para o consumo humano de cidadãos guineenses.

O Modelo de Negócio poderá apoiar e incentivar a formação superior e técnica  profissional dos jovens jornalistas para melhor saberem posicionar-se bem durante o exercicios das suas atividades na produção de conteúdos jornalísticos no terreno.

A implementação do Modelo de Negócio poderá impulsionar o governo da Guiné-Bissau as condições economicas e financeiras necessarias para a aplicação imediata de todas as legislações sobre a liberdade de imprensa e de expressão no país. Acabar com as constantes espancamentos dos jornalistas em todo o territorio nacional.

Irá, com certeza, proporcionar também as organizações dos representantes da classe jornalisticas as condições necessárias de fazer uma advogacia juntos aos parlamentares no sentido de criar e aprovar os instrumentos de autorregulação de livre exercicio de atividade jornalistica sem quaisquer interferenciais da classe política ou de receber quaisquer favores em troca da produção de uma notícia.


Bissau - Media

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